#36 - Uma simples mudança que pode transformar toda a sua vida
E o que a arte tem a ver com cozinhar, escrever e fazer dinheiro.
Eu sempre gostei das aulas de história da arte no colégio.
Pode me chamar de esquisito, mas tinha algo naquilo que me fascinava.
E eu nunca entendi o porquê.
Só que eu sabia que isso não era algo só meu, até porque obras de arte são os itens mais caros do mundo.
Tem que existir um motivo para isso.
Foi só agora, literalmente meia hora atrás de quando eu escrevo isso, que eu finalmente entendi.
Eu entendi de onde vem o valor arte e ao mesmo tempo porque eu gosto tanto de cozinhar e escrever - e como isso tudo se relaciona com meu interesse por empreender.
Tudo começou quando eu tava lendo o livro Beyond Order, do Jordan Peterson.
No capítulo 8, chamado Tente fazer um quarto na sua casa o mais bonito possível, ele fala:
Perceber a pintura Íris de Van Gogh é, por exemplo, olhar através de uma janela para a eternidade que nossas percepções um dia revelaram, para que possamos lembrar o quão inspirador e milagroso o mundo realmente é, sob a familiaridade mundana a que o reduzimos. Compartilhar a percepção do artista nos reúne com a fonte de inspiração que pode reacender nosso deleite no mundo, mesmo que o trabalho e a repetição da vida cotidiana tenham reduzido o que vemos à mais estreita e pragmática das visões.
Esse trecho pode ser um pouco difícil de compreender de primeira, talvez um pouco exagerado, mas eu quero que você pense comigo agora.
Imagine que você tem o seu território.
Ali estão as coisas que você conhece e são familiares, como os seus interesses, hobbies, trabalho, crenças e tudo mais.
Talvez você já tenha desbravado o território do mundo dos negócios em parte, talvez o seu território seja a musculação, e você entende muito bem sobre como treinar, o que comer e tudo que precisa fazer para ganhar massa muscular.
Já, fora do seu território, tem um mundo de coisas que você não conhece, pessoas de diferentes contextos e culturas com diferentes crenças e visões de mundo.
Talvez essas pessoas até entendam uma parte do seu território, mas trazem uma bagagem completamente diferente.
Ou elas tenham conhecimentos que você nem imaginava que existiam.
Tem literalmente uma infinitude de diferentes territórios que juntos formam tudo que os seres humanos conhecem.
Mas então, cercando todos esses territórios, tem o absoluto desconhecido.
O seu mundo é o conhecido, cercado pelo relativamente desconhecido, cercado pelo absoluto desconhecido - cercado por ainda mais absolutos desconhecidos.
Só que, às vezes, um pedaço do desconhecido se manifesta no conhecido.
E essa revelação forma um novo conhecimento.
O problema é que esse conhecimento não surge já formulado e articulado de forma que qualquer um possa entender.
Einsten não acordou um dia e de repente desenvolveu toda a teoria da relatividade.
Foi um processo.
O conhecimento precisa passar por vários estágios de análise, várias transformações, até se tornar senso comum.
Mas quais são esses processos?
Vamos ver como um novo conhecimento se forma no seu nível mais básico com um exemplo.
Imagina que você está sozinho em casa de madrugada.
Você se deita para dormir, e de repente você ouve um barulho na cozinha.
Você fica paralisado.
Algo desconhecido (o barulho) é transmutado em algo tangível (uma reação no seu corpo).
Então os seus batimentos cardíacos aumentam.
Essa é a segunda trasmutação, você está preparando para se mover.
Em seguida, você começa a imaginar o que pode ser aquele barulho.
Essa é a terceira transmutação, parte de um processo que começou com a reação do desconhecido no seu corpo e agora se transformou em imagens na sua mente.
A última parte desse processo é a exploração.
Você supera o medo para investigar o local que uma vez era um cômodo conhecido e amigável da sua casa, mas que agora se tornou desconhecido por causa daquele barulho.
Você agora começa um processo de exporação ativa, o percursor da percepção direta, e então extrai o conhecimento explícito sobre a origem daquele barulho.
Se não for nada demais, você volta para a rotina e para o ritmo normal.
Esse é um simples exemplo de como a informação se transforma do desconhecido para o conhecido.
Mas como isso se relaciona com a arte?
Bom, os artistas são as pessoas que vivem na fronteira entre o desconhecido e o conhecimento.
Eles voluntariamente buscam o que é desconhecido, pegam um pedaço dele e voltam com uma imagem.
Às vezes essa imagem é uma pintura, às vezes uma coreografia, às vezes um livro.
E é só depois desse processo, de transformar imagem mental e algo tangível, que chegam os intelectuais, com a filosofia e o criticismo, abstraindo e articulando as representações e regras daquela obra de arte.
Os artistas vivem na beira entre caos e ordem, transformando o caos em ordem.
Claro que, vivendo assim, eles também correm o risco de cair totalmente no caos.
Mas é assim que os artistas vivem, e eles nos ajudam a transformar o que nós não conhecemos em algo que pelo menos podemos enxergar.
A verdade é que nem os próprios artistas entendem muito bem o que estão fazendo.
Isso é impossível, se eles estão fazendo algo realmente novo.
Até porque se entedessem, eles poderiam só falar o que têm em mente e pronto.
Eles não precisariam transformar aquilo em música, dança, imagem…
Mas eles são guiados por sentimento, pela intuição e pela sua facilidade de reconhecer padrões.
E tudo isso acaba se expressando no corpo e na imaginação, mas é impossível de ser articulado.
Quando estão criando, os artistas estão lutando com um problema, tentando de tudo para transformar algo novo e desconhecido em algo mais concreto.
E é exatamente nesse ponto que eu queria chegar.
É por isso que eu acho que as aulas de arte me fascinavam, pelo mesmo motivo que eu tenho essa paixão por escrever e cozinhar (ou criar no geral).
Eu lembro que, quando eu era criança, meu brinquedo favorito era o LEGO.
Eu ficava obcecado quando ganhava um novo LEGO, não para brincar com ele, mas sim para juntar todas as peças e formar algo.
Depois que eu montava tudo, perdia um pouco a graça.
Na minha casa tinha também tinha um tapete meio diferente, com vários padrões nele, e na época eu tinha uns aviões de brinquedo.
Eu gostava de imaginar que aquele tapete era um aeroporto, e eu controlava todo o aeroporto.
Na minha cabeça, fazia total sentido toda a operação.
Agora quando eu escrevo, eu sinto um pouco do que eu sentia quando criança.
Eu não fazia a menor ideia de como seria a News de hoje.
Isso era tudo que eu tinha, os meus “ingredientes”:
E agora eu tô há mais de duas horas tentando colocar todas as peças juntas em algo que faça sentido para você, mas que ainda assim eu sinto que não é tudo que eu gostaria de expressar.
Inclusive eu nem cheguei ainda no que eu pensei que seria o ponto principal dessa News.
Mas é esse processo de criação, de pegar o desconhecido, que é desconhecido para mim também, e tentar transmutar isso em palavras que me deixa fascinado.
Eu sou obcecado por aprender coisas, reconhecer padrões e aumentar meu nível de consciência.
E como a arte é o primeiro passo para isso tudo, é óbvio que eu seria atraído para ela.
Agora tudo faz sentido!
E então eu tivesse esse outro insight ontem, que mostra como nós, que somos pessoas mais ambiciosas que a maioria, acabamos matando a nossa criatividade e a nossa energia.
Para te explicar melhor, eu preciso ir para outro ponto aqui: a cozinha.
Para mim, cozinhar é como uma dança, um concerto, uma música - uma arte no geral - e a única forma de eu tentar de mostrar o porquê eu acho isso é desenhando, então lá vai:
Ok, eu sou mais da escrita do que do desenho, acho que isso ficou bem claro.
Mas deixa eu te falar o que isso significa.
Pra mim, esse é o processo “artístico” de criação de um prato, com os seus tempos e ritmos.
Tudo começa com uma visão.
Se tu me largar no supermercado, minha mente começa a borbulhar com ideias de como eu posso juntar diferentes ingredientes pra criar algo novo.
Nesse momento, tudo é potencial.
Até que eu consigo criar uma imagem mais sólida na minha mente, vejo uma linha para seguir, e vou comprar os ingredientes que vão transformar esse potencial em realidade.
Depois vem a fase da preparação.
Essa fase é mais calma.
Eu separo os ingredientes, corto tudo que precisa ser cortado, deixo tudo que vou precisar ao meu alcance.
Às vezes a preparação começa no um dia antes, como é o caso da pizza com massa de fermentação natural.
Quando eu ligo o fogo, e começo a cozinhar de fato, o ritmo começa a acelerar.
Preciso mexer isso, enquanto aquilo tá ficando pronto, não deixar passar do ponto, e mexer de novo, virar, baixar o fogo, aumentar o fogo, tá quase passando meu deus, volta aqui e termino aquilo…
Essa parte é a mais empolgante, mas também a mais curta.
É como o ápice de uma dança, e um erro aqui pode acabar com tudo.
E então o ritmo começa a desacelerar de novo, tudo tá ficando pronto.
É hora de montar o prato, ver o resultado e servir.
Assim como a escrita me ajuda a transformar pensamentos soltos e aparentemente não relacionados em algo mais concreto, cozinhar transforma aquela imagem inicial, um potencial dentre infinitos outros na minha cabeça, e a energia daquele prato, em algo tangível - e comestível.
Quando dá tudo certo, é muito gratificante.
Quando dá errado, é bem frustrante.
Mas é assim que eu consigo criar pratos como essa massa de espinafre feita do zero num molho de vinho tinto com cogumelos e um entrecôt no meu ponto preferido.
E agora que eu disse tudo isso, tá finalmente da hora de chegar no que eu imaginei que seria o ponto principal de hoje: a intenção.
Todos nós temos algo na vida que nos deixa fascinados.
Mas no dia a dia nós matamos isso em favor da praticidade.
Ontem eu tive as duas experiências.
No almoço, eu tava com pressa e a minha mente tava viajando.
E só queria fazer logo a comida.
Então na mesma panela eu fritei frango e ovo, e juntei um resto de feijão e brócolis que tinha na geladeira.
Ficou uma gororoba.
Mas de noite eu tava inspirado.
Eu decidi fazer uma massa com camarão.
E ficou maravilhoso.
Mas sabe o que é mais curioso?
Os dois levaram o mesmo tempo pra fazer!
A diferença é que no almoço eu tava com a intenção de fazer o mais rápido possível, enquanto de noite eu queria de fato criar algo.
E como eu disse, isso é um problema comum principalmente para nós que somos mais ambiciosos que a maioria das pessoas.
Nós queremos o maior nível de sucesso no menor tempo possível.
E, nessa pressa, nós esquecemos de aproveitar a jornada.
Toda pessoa ambiciosa passa pelo mesmo problema.
Eu não tô dizendo pra diminuir o ritmo, até porque eu mesmo não conseguiria fazer isso.
Mas experimente ficar curioso para se perguntar como a sua vida poderia ser diferente se você transformasse os momentos de pressa e estresse em momentos mais prazerosos e inspiradores.
Que pequena mudança você pode fazer hoje para melhorar a sua experiência de vida?
Isso não requer praticamente nenhum esforço nem tempo a mais.
Só um pouco de arte!
Um forte abraço,
Gui Novello
P.S.: ATUALIZAÇÃO SOBRE A WRITE CLUB
Essa semana, decidimos mudar a estratégia.
Ao invés de ser uma comunidade paga, transformamos numa comunidade gratuita, mas só por convite, para os melhores copywriters do mercado.
E já conseguimos mais de 30 membros, entre eles um cara que já foi professor por mais de 11 anos, fundou uma startup no mercado pet e hoje tá abrindo uma franquia da V4; a primeira copywriter da B3 (bolsa do Brasil); uma mulher que participou de uma venda bilionária de uma ilha em Paraty.
Só gente foda.
Mas por que fazer a comunidade gratuita?
Afinal, no ritmo que a gente tava indo, poderíamos tranquilamente faturar o nosso primeiro milhão esse ano.
Bom, eu escrevi sobre isso na primeira newsletter da Write Club, mas basicamente nós não queremos criar um negócio, mas sim um movimento, algo foda de verdade.
E uma comunidade gratuita oferece algumas vantagens para isso no longo prazo, como:
Crescimento boca a boca
Oportunidade de conquistar top of mind
Geração de boa vontade
Se quiser entender melhor cada ponto, clica aqui para acessar essa newsletter.
Além disso, essa semana eu gravei duas aulas para a Write Club, uma sobre um livro chamado The Forbidden Keys to Persuasion, e outra sobre como criar uma estratégia de SEO do zero.
Para você que já me segue aqui na News, eu vou compartilhar elas de forma gratuita, é só clicar no nomes delas aqui em cima.
Inclusive, se você é copywriter ou conhece algum copywriter foda, entra em contato comigo pelo Insta pra gente trazer ele pra comunidade também!
P.P.S: MELHORES CONTEÚDOS QUE EU VI ESSA SEMANA:
Why You Can’t Do The Work - Sam Ovens (Youtube): fala sobre como descobrir o que você realmente gosta de fazer, e como é isso que realmente vai te fazer acabar com a procrastinação.
The 5 Vocal Foundations of Great Communication - Vinh Giang (Youtube): fala sobre como modular a voz para melhorar a comunicação, levando em consideração os 5 fundamentos - rate of speech, volume, pitch, tonality, pause.
Estratégia da Preeminência (Site → PDF): mostra como dominar o mercado entregando o melhor produto ou serviço, servindo o cliente.
The Cost of Ambition - Iman Gadzhi (Youtube): fala sobre a montanha-russa emocional que é o empreendedorismo.
How I Make $50,000/Month with Skool (FULL BREAKDOWN) (Youtube): mostra uma estratégia foda de funil de vendas usando comunidades na Skool para ganhar dinheiro.